quarta-feira, 7 de abril de 2010

Novas formas de energia podem chegar através de ervilhas

Uma nova solução pode ser proveniente de uma fonte completamente inesperada (uma fonte que até pode estar presente no seu jantar de hoje).

“Analisando a estrutura da membrana mais complexa encontrada numa planta, decifrámos uma membrana com uma complexa estrutura proteica, que é o núcleo do nosso modelo proposto para o desenvolvimento da energia ‘verde’”, explica o biólogo Nathan Nelson do Departamento de Bioquímica da Universidade de Tel Aviv.

O mesmo investigador sugere que isolando os cristais do supercomplexo Photosystem I (PSI) da ervilha, pode ser possível usá-los para iluminar com pequenos carregadores de baterias.






Pequenas partículas

A Nanociência é a ciência das pequenas partículas de materiais e é uma das fronteiras mais importantes da investigação em tecnologia moderna. Na Natureza, o posicionamento de moléculas com precisão é a rotina e crucial para o funcionamento dos complexos biológicos, tais como os fotossintéticos. A investigação de Nelson centra-se sobre este aspecto.Para gerar energia útil, as plantas têm evoluído com ‘nano-mecanismos’ muito sofisticados, que operam com a luz como fonte de energia e com um rendimento quântico a cem por cento. O complexo PSI foi isolado das folhas de ervilha e cristalizado. A estrutura cristalina de alta resolução determinada pelo investigador permitiu-lhe descrever em detalhe a sua estrutura.

“Este estudo tem como objectivo chegar perto de atingir a produção de energia que as plantas podem obter do sol para converter os açúcares nas folhas verdes”, afirma o bioquímico.

Trocas de energias

Descrita em 1905 por Albert Einstein, a física quântica e os fotões explicam os princípios básicos de como a energia funciona − uma vez que a luz é absorvida nas folhas das plantas, esta dá energia a um electrão que é posteriormente utilizado para apoiar uma reacção bioquímica, como a produção de açúcar.

“Se pudéssemos chegar perto de como as plantas fabricam a sua energia, teríamos um grande avanço. É importante para descortinar a estrutura deste ‘nano-mecanismo’ para compreender a sua função”, explica Nelson.

O centro de reacção do PSI é um pigmento-proteína responsável pela conversão fotossintética da energia da luz para outra forma de energia, como a química.

Estes centros de reacção, milhares dos quais são embalados em cristais, podem ser usados para converter a energia da luz para electricidade e servir componentes electrónicos em uma variedade de dispositivos diferentes.

“Pode imaginar-se o nosso espanto e alegria, quando, os cristais colocados em placas cobertas de ouro puderem gerar uma tensão de 10 volts. Isso não vai resolver o problema de energia mundial, mas pode ser montado em interruptores para baixas necessidades de energia solar, por exemplo”, conclui o investigador.

Fonte - Boletim Redenergia 04/03/2010
http://www.cfbio.gov.br/noticias.php?id=104

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