quarta-feira, 20 de abril de 2011

62º Congresso Nacional de Botânica

O 62º Congresso Nacional de Botânica tem como tema central "Botânica e Desenvolvimento Sustentável", em que são considerados os aspectos de preservação das reservas naturais dentro da perspectiva do desenvolvimento sustentável, pois o desmatamento indiscriminado, o extrativismo predatório e o desrespeito à natureza podem acarretar, por exemplo, no desaparecimento de plantas com grande potencial terapêutico e que ainda não foram pesquisadas sob o ponto de vista botânico, agronômico, fitoquímico ou farmacológico. Aspectos estes que se encontram agravados diante da nova realidade do aquecimento global.

Logicamente, este novo cenário tem afetado o rico e diverso ambiente sul-americano, que é extraordinário, especialmente no caso do Brasil, que tem a maior diversidade biológica de plantas, animais e microrganismos do planeta, além de possuir invejável acervo de recursos naturais edafoclimáticos, hídricos e de revestimento florístico. Estima-se que o Brasil possua cerca de 20% de toda a biodiversidade existente no planeta, ao mesmo tempo em que contém em torno de 19% dos solos agricultáveis do mundo. Apesar de toda essa riqueza, o Brasil é altamente dependente dos produtos exóticos, cujo atual e necessário intercâmbio do germoplasma desejado, torna-se cada vez mais dificultado em face das leis de propriedade intelectual e de acesso aos recursos genéticos, já considerados em muitos países que são fontes destes recursos naturais.

Período: 7 a 12 de agosto de 2011

Local: Hotel Praia Centro/Fábrica de negócios - Fortaleza-CE
Av. Monsenhor Tabosa, 740 - Praia de Iracema - www.praiacentro.com.br
Contato da Secretaria do Evento: (85) 3101.9957 ou 3101.6102


domingo, 5 de setembro de 2010

ONG Cão sem dono

Um dos assuntos que mais comove pessoas de bom coração é o abandono de animais.
Milhares de cachorros e gatos são jogados nas ruas por dia, milhares deles são vítimas de maus tratos e atropelamentos e outros milhares deles dão a sorte de encontrar alguém que cuide, adote ou que simplesmente arranje um lar temporário, salvando-os assim de uma possível morte, seja ela por qual motivo for.

 
Último amiguinho que chegou na Cão Sem Dono

A ONG Cão Sem Dono é uma dessas inúmeras que cuidam de cachorros abandonados, só que nesses últimos dias eles tem passado por um sério problema que vamos relatar aqui.
Eles tem atualmente 190 cães no sítio que consomem por volta de 800kg de ração por mês.
Todos os animais resgatados pela equipe, são levados ao veterinário, recuperados, e depois são acolhidos e levados para o sitio da ONG (que se localiza em Itapecerica da Serra), onde são tratados e permanecem nesse sitio até que sejam adotados.
E para que tudo isso funcione precisa-se de investimento mas no momento os gastos são altíssimos e as doações infelizmente não acontecem na mesma proporção.
Castração, remédios, comida e até o ambiente onde eles estão vivendo, demanda tempo, dedicação e principalmente DINHEIRO.
Nos últimos dias as situação tem se agravado e a ração provavelmente não dure até o final do feriado.

Faça sua boa ação hoje; dedique 10 minutos do seu tempo em prol de criaturas que não tem como pedir um pouco da sua ajuda ou atenção, seja fazendo uma doação, adotando um animal ou simplesmente repassando essa informação aos seus amigos e conhecidos que possam ajudar, não importa.

Se você tem blog ou site, publique este texto com todas informações/fotos para as pessoas se interarem sobre o assunto.

Tem animaizinhos muito especiais precisando de você neste exato momento!

As contas para doação são:
BRADESCO
AG. 1480
C/C: 39641-9
Favorecido: Cão Sem Dono
CNPJ: 10.157.938/0001-73
ITAÚ
AG. 7847
C/C: 01301-3
Favorecido: Cão Sem Dono
CNPJ: 10.157.938/0001-73

Mais informações:

www.caosemdono.com.br
www.twitter.com/caosemdono
www.blog.caosemdono.com.br

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

A carreira do futuro: Engenharia Ambiental.

Saiba mais.... 

Sobre Enquadramentos e Títulos

Segundo a resolução do CONFEA (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) a Engenharia Ambiental se enquadra no:
  • Grupo: 01 - ENGENHARIA
  • Modalidade: 01 - CIVIL
  • Nível:01 - GRADUAÇÃO
  • Código de curso: 111-01-00
Os títulos atribuídos aos profissionais da Engenharia Ambiental previstos na legislação do CONFEA são:
  • Profissionais do sexo masculino: TÍTULO DE ENGENHEIRO AMBIENTAL abreviação Eng. Amb.
  • Profissionais do sexo feminino: TÍTULO DE ENGENHEIRA AMBIENTAL abreviação Eng. Amb.
A Engenharia Ambiental é um curso novo mas que, devido a desestruturação que vem ocorrendo no meio ambiente, tende a ser uma profissão bastante cotada e principalmente no Brasil, que é um dos países mais afetados pelo aquecimento global, e por ser um pais com intenso fluxo industrial. O engenheiro ambiental exerce, entre outras funções, chefia em ajudar em projetos de diminuição do aquecimento global, reestruturação de rios e afluentes, controle e amenização da poluição da água, ar e solo.

Resolução de Criação

O curso de Engenharia Ambiental foi criado pela RESOLUÇÃO Nº 447, DE 22 DE SETEMBRO DE 2000 que Dispõe sobre o registro profissional do engenheiro ambiental e discrimina suas atividades profissionais.

Competências do engenheiro ambiental dentre as engenharias

Compete ao engenheiro ambiental o desempenho das atividades 1 a 14 e 18 do art. 1º da Resolução nº 218, de 29 de junho de 1973, referentes à administração, gestão e ordenamento ambientais e ao monitoramento e mitigação de impactos ambientais, seus serviços afins e correlatos.

Atividades previstas para o Engenheiro Ambiental

  • Supervisão, coordenação e orientação técnica;
  • Estudo, planejamento, projeto e especificação;
  • Estudo de viabilidade técnico-econômica;
  • Assistência, assessoria e consultoria;
  • Direção de obra e serviço técnico;
  • Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e Parecer técnico;
  • Desempenho de cargo e função técnica;
  • Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação técnica; extensão;
  • Elaboração de orçamento;
  • Padronização, mensuração e controle de qualidade;
  • Execução de obra e serviço técnico;
  • Fiscalização de obra e serviço técnico;
  • Produção técnica e especializada;
  • Condução de trabalho técnico;
  • Execução de desenho técnico.

Atuação do engenheiro ambiental

No Brasil, o Engenheiro Ambiental tem por função resolver problemas concretos de prevenção e remediação (atividade corretiva) diante das ações antrópicas mediante aplicações da tecnologia disponível, pontual e localmente apropriada. De modo geral, tanto no âmbito público como privado, sua atuação deve atender aos objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente, em obediência ao Artigo Nº 225 da Constituição Federal. Além disso, deve também atender às preocupações ambientais mais amplas, consideradas em tratados internacionais como exigências relativas ao clima da Terra, entre outros.
São exemplos as determinações das Cartas de Estocolmo (1972), do Rio de Janeiro (ECO-92), a Convenção de Viena (1985), o Protocolo de Montreal (1987), relativo à camada de Ozônio, o Protocolo de Quioto (1997), o Protocolo de Annapolis e a Conferência promovida pela ONU em Bali (2007) quanto às mudanças climáticas.
De modo geral, sua atuação tem em vista condições de contorno ambientais próprias do entorno circundante. Deve também preocupar-se com o efeito abrangente por sobre a extensão territorial afetada - exemplificada pela bacia hidrográfica quanto às águas e, o potencial da emissão atmosférica potencialmente carregada pelos ventos para local distante. Evidentemente também prevenir sobre possibilidade de outros vetores capazes de provocar alterações de natureza diversa.
De outra parte, o planejamento e a antevisão dos impactos ambientais expandem a responsabilidade da análise prospectiva (atividade preventiva) por sobre o "vir a ser" das coisas. E torna-se agente do próprio desenvolvimento econômico em termos da ética vinculada ao progresso e bem estar da coletividade, tal como de modo claro estabelece o Código Ético Profissional em seu primeiro Artigo. E pela competência instituída pela lei (5.194/66) e atribuições pelo CONFEA - Conselho Federal de Engenharia Arquitetura e Agronomia, deverá fixar as exigências técnicas a serem atendidas em relação aos empreendimentos tanto de natureza pública como privada. Por este motivo, o seu mercado de trabalho é bastante heterogêneo e distribuí-se por: administração central, seus serviços descentralizados a nível regional, administração local, empresas indústriais, empresas de consultoria, empresas de serviços, ONGs, instituições de investigação e ensino superior.
Uma das aptidões que devem ser desenvolvidas pelo engenheiro ambiental é a avaliação da duração, magnitude e reversibilidade das alterações causadas pela atividade humana no meio ambiente, independentemente de sua natureza adversa ou benéfica.

Matérias Aprendidas na faculdade de Engenharia Ambiental

"De acordo com a Portaria nº 1693, 5 de dezembro de 1994, o Ministério da Educação e do Desporto, as ementas das matérias do curso de engenharia ambiental devem conter os seguintes conteúdos...."
  • Biologia — Origem da vida e evolução das Espécies. A célula. Funções celulares. Nutrição e respiração. Código genético. Reprodução. Os organismos e as espécies. Fundamentos da microbiologia. Organismos patogênicos e decompositores. Ecologia microbiana.
  • Geologia — Características físicas da Terra. Minerais e rochas, Intemperismo. Solos. Hidrogeologia. Ambientes geológicos da erosão e deposição. Geodinâmica. Tectônica. Geomorfologia.
  • Climatologia — Elementos e fatores climáticos. Tipos de classificação de climas.
  • Hidrologia — Ciclo biológico. Balanço hídrico. Bacias hidrográficas. Escoamento superficial e subterrâneo. Transporte de sedimentos.
  • Ecologia Geral e Aplicada — Fatores ecológicos. Populações. Comunidade. Ecossistemas. Sucessões ecológicas. Ações antrópicas. Mudanças globais.
  • Hidráulica — Hidrostática e hidrodinâmica. Escoamento sob pressão. Escoamento em canais. Hidrometria.
  • Cartografia — Cartografia. Topografia. Fotogrametria. Sensoriamento remoto.
  • Recursos Naturais — Recursos renováveis e não renováveis. Caracterização e aproveitamento dos recursos naturais.
  • Poluição Ambiental — Qualidade ambiental. Poluentes e contaminantes. Critérios. Padrões de emissão. Controle.
  • Impactos Ambientais — Conceituação. Fatores ambientais. Instrumentos de identificação e análise. Os Impactos ambientais. Avaliação de Impactos Ambientais.
  • Sistemas de Tratamento de Água e de Resíduos — Processos físico-químicos e biológicos do tratamento da água e dos resíduos sólidos, líquidos e gasosos.
  • Legislação e Direito Ambiental — Evolução do direito ambiental. História da legislação ambiental. Legislação Básica Federal, Estadual e Municipal. Trâmite e práticas legais.
  • Saúde Ambiental — Conceito de Saúde. Saúde Pública. Ecologia das doenças. Epidemiologia. Saúde ocupacional.
  • Planejamento Ambiental — Teoria de planejamento. Planejamento no sistema de gestão ambiental.
  • Sistemas Hidráulicos e Sanitários — Sistema de abastecimento de água. Sistemas de esgotos sanitários. Sistemas de drenagem. Sistemas de coleta, transporte e disposição de resíduos sólidos.
  • Física e Matemática — os cálculos são fundamentais no curso.Pois antes de tudo ele é um curso de engenharia, o profissional terá que construir projetos,então os essas matérias estão integradas no curso de Engenharia Ambiental.

Histórico no Brasil

O primeiro curso de Engenharia Ambiental criado no Brasil foi o da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), campus de Canoas (RS), pela Resolução Consun/ULBRA n. 45, de 31 de outubro de 1991, subsidiada pelo Parecer n. 1.031, de 6 de dezembro de 1989, que somente foi iniciado em 1 de março de 1994. 
Já o primeiro curso que entrou em funcionamento foi o da Universidade Federal do Tocantins (UFT), em 9 de março de 1992, que foi criado pela Resolução CESu n 118, de 19 de dezembro de 1991.
A Universidade Estadual Paulista (UNESP), por sua vez, criou seu curso em junho de 2001, pela Resolução UNESP n. 38/01 de primeiro de junho de 2001, no campus de Presidente Prudente. 
Há também o excelente curso da Escola de Minas de Ouro Preto, da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), muito bem conceituada no último ENADE. 
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) criou este curso em 2004 e as Faculdades Santo Agostinho de Montes Claros, o criou com a nova nomenclatura (Engenharia Ambiental), em 2005. Alguns cursos mais antigos no Brasil, como o da UFRJ, derivam da Engenharia Sanitária, e adotaram o nome de "Curso de Engenharia Sanitária e Ambiental". 
No ano de 2000, a Universidade Federal de Viçosa (UFV) criou o curso de Engenharia Ambiental, obtendo por duas vezes o conceito máximo do ENADE. 
Outra referência no cenário nacional é a Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), que divide com a UFV os maiores reconhecimentos, devido aos bons resultados no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE).
Também recentemente foi implantado o curso na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG),campus de Pombal-PB. 
Em Sete Lagoas-MG o Centro Universitário de Sete Lagoas (Unifemm) implantou o curso de Engenharia Ambiental autorizado pela Portaria nº 1.193 de 23 de junho de 2006, com duração de 5 anos. 
Em 2000 a Pontifícia Universidade Católica do Paraná deu início ao Curso de Engenharia Ambiental como pioneira no Estado, com duração de 5 anos. 
Em 2003, foi criado o curso de Engenharia Ambiental também na Escola de Engenharia de São Carlos, da Universidade de São Paulo. 
No ano seguinte, em 2006, foi criado o curso de Engenharia Ambiental do Centro Universitário do Maranhão (UniCEUMA), sendo o primeiro curso de Engenharia Ambiental desse estado, tendo no seu quadro de professores o Engenheiro Civil, Sanitarista e Ambiental Lúcio Alves de Macêdo referência regional na área de Gestão de Recursos Hídricos. 
A Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) Campus Campo Mourão e Campus Londrina criou em janeiro de 2007/2008 o curso de Engenharia Ambiental com duração de 10 períodos (5 anos). 
No segundo semestre do ano de 2007, o Instituto Federal de Educação, Ciência e  Tecnologia do Ceará (antigo CEFETCE), no Campus Maracanaú, dá início a primeira turma de engenheiros ambientais do estado do Ceará. O curso foi criado pela Resolução Nº11 do Conselho Diretor do CEFETCE em 6 de dezembro de 2006. 
No estado de São Paulo faculdades como a Fundação Educacional de Fernandópolis, já mantem o curso a mais de 5 anos e vem obtendo exelentes índices de aprovação. O bacharelado tem duração de 5 anos (10 semestres). Mais recentemente (2008), o Centro Universitário de Caratinga/MG abriu o curso no campus II de Caratinga(Leste Mineiro),com duração de 10 períodos (05 anos)e os formandos detêm a titulação de Engenheiro Sanitarista e Ambiental.
É válido ainda lembrar que em 2003 deu-se início ao curso de Engenharia Ambiental em uma das maiores e mais conceituadas universidades do país, a USP no campus de São Carlos, contando com um elenco de professores muito conceituados na área, a maioria deles advindos do curso de Engenharia Sanitária. No campus de São Paulo o curso iniciou-se no ano seguinte. 
Segundo o INEP, existem 110 cursos regulamentados de engenharia ambiental no Brasil.


Links






Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Engenharia_do_ambiente
Acesso em: 09/08/10 ás 21h05 


quinta-feira, 15 de julho de 2010

Primeiro organismo controlado por genoma artificial prova que o DNA é realmente a receita química da vida

Quando anunciou no dia 20 do mês passado a criação da primeira linhagem de células viáveis de um ser vivo controlada por um genoma totalmente sintetizado em laboratório, o cientista norte-americano Craig Venter não economizou palavras para descrever o feito. Lembrou a todos que, nunca antes na história deste mundo, a humanidade tinha sido apresentada a uma criatura desprovida de ancestrais. Sem pais. 
A mensagem era clara: a Mycoplasma mycoides JCVI-syn1.0 – nome dado à variedade dessa bactéria cujo DNA fora produzido por químicos de uma empresa de biotecnologia, a Blue Heron – era filha de uma nova era. Da biologia sintética. “É a primeira espécie do planeta que se autorreplica cujo pai é um computador”, afirmou o ousado pesquisador-empresário, que, anos atrás, já havia se tornado famoso ao liderar um projeto privado de sequenciamento do genoma humano capaz de rivalizar (e acelerar) o trabalho feito pelo consórcio público.
A alusão à máquina como o pai da bactéria não é gratuita. Afinal, as informações necessárias para fabricar um genoma, na forma de uma enorme sequência de bases químicas (A, C, T e G), ficam guardadas em computadores. No caso da variedade natural da bactéria M. mycoides, trata-se da se­quência composta de 1,08 milhão de pares de bases (com cerca de mil genes) presentes em seu único cromossomo. Foi com essa receita química que se fez, em laboratório, uma cópia sintética do DNA natural da bactéria, seguindo uma série de especificações da equipe do J. Craig Venter Institute (JCVI), instituto fundado por Venter. O genoma não foi sintetizado como uma única grande sequência de DNA, mas em mais de mil pequenos pedaços. O conjunto de fragmentos foi inserido numa levedura, onde foram reunidos e retomaram a forma do cromossomo. Por fim, os cientistas retiraram o genoma sintético da levedura e o transplantaram para as células de uma outra bactéria, a Mycoplasma capricolum
O cromossomo artificial conseguiu tomar o controle das células receptoras, que passaram a produzir todas as proteínas típicas da M. mycoides. Dois dias após o transplante, as células deixaram de conter o DNA original da M. capricolum (seja porque ele foi destruído ou diluído no processo de replicação) e apresentavam um único tipo de material genético, o cromossomo sintético da M. mycoides. Em toda essa operação (ver infográfico na página 46), apenas 14 genes sem muita importância da M. mycoides se perderam ou foram anulados. “Trata-se de um avanço tanto filosófico como técnico”, disse Venter, resumindo, a seu ver, as implicações da empreitada.
Ápice de um esforço que consumiu US$ 40 milhões e quase 15 anos de pesquisa de um time de 24 pesquisadores do JCVI, entre os quais Ham Smith, Prêmio Nobel de Medicina em 1978, o surgimento da linhagem de bactéria com genoma sintético foi elogiado por cientistas de todo o mundo. Alguns preferiram situar o trabalho, que foi publicado eletronicamente na revista científica Science, como um grande feito tecnológico, uma mudança de escala na capacidade de o homem modificar o DNA de organismos, mas não como uma revolução científica. Outros pesquisadores, embora reconheçam o caráter técnico da empreitada, salientam que o trabalho tem, sim, relevância para a ciência. A visão de três desses cientistas está publicada em artigos especialmente escritos para esta edição de Pesquisa FAPESP, entre as páginas 47 e 51.
O biólogo Fernando Reinach não tira os méritos científicos do experimento de Venter. Segundo ele, o trabalho é a prova cabal de um conceito, o de que a matéria viva não tem nada de especial e também está submetida às leis da química e da física. Apenas com a informação do DNA é possível recriar um genoma e, por tabela, uma forma de vida. “Isso todo mundo já sabia em tese, mas faltava alguém demonstrar na prática essa teoria amplamente aceita”, afirma Reinach. “Depois da publicação do genoma humano, o trabalho de Venter é o de maior relevância que saiu. Não há por que tentar relativizar sua importância”, diz José Fernando Perez, presidente da Recepta Biopharma e diretor científico da FAPESP entre 1993 e 2005. “Ele coroa todo um esforço de entendimento científico do DNA. Os grandes avanços científicos não vêm de grandes ideias, mas de feitos tecnológicos.” Reinach também salienta um segundo ponto importante, igualmente de ordem científica, que emerge da análise do artigo na Science. Até agora, a vida sempre foi vista como algo contínuo. Todo ser descende de outros organismos semelhantes que viveram no passado. “O trabalho de Venter demonstra que a vida pode ser interrompida e reiniciada”, afirma Reinach, fazendo alusão ao fato de que a bactéria não tem ancestrais biológicos, é fruto da sequência de letras químicas armazenadas num computador.
A geneticista Mayana Zatz, coordenadora do Centro de Estudos do Genoma Humano da Universidade de São Paulo (USP), comparou a repercussão causada pelo trabalho de Venter a um episódio semelhante ocorrido há 14 anos. “Esse feito me lembrou da clonagem da ovelha Dolly, por Ian Wilmut, em 1996. Os dois causaram uma revolução midiática”, escreve Mayana num artigo publicado na página 47.
Grande parte do financiamento das pesquisas do JCVI vem da Synthetic Genomics Inc (SGI), empresa fundada por Venter que fez 13 pedidos de patente sobre métodos usados nos trabalhos com biologia sintética. Venter diz que o experimento com a M. mycoides vai permitir desenhar microrganismos úteis ao homem, capazes de, por exemplo, produzir vacinas e biocombustíveis. A empresa petrolífera Exxon já se comprometeu a investir US$ 600 milhões na SGI para o desenvolvimento de algas que consigam produzir etanol.
Segundo a geneticista Lygia da Veiga Pereira, da USP, Venter terá muito trabalho pela frente para exercer a biologia sintética em sua plenitude. “O maior desafio será desenhar um genoma totalmente novo e escolher que genes serão colocados para que um organismo desempenhe uma determinada tarefa”, diz Lygia. Ainda que os esforços do cientista americano demorem para gerar frutos palpáveis, a simples presença no ambiente de pesquisa de um sujeito como Venter, polêmico e provocativo, sem dúvida, é vista como salutar por alguns de seus pares. “Para entender Venter, eu costumo pensar no ser humano como uma criança, uma criança largada numa sala bem grande chamada mundo. Ela fica mexendo em tudo, às vezes se queima ao colocar o dedo numa tomada, mas outras vezes acaba descobrindo como subir numa cadeira para alcançar as guloseimas lá em cima”, escreve João Meidanis, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em artigo na página 48.



> Artigo científico
GIBSON, D.G. et al. Creation of a bacterial cell controlled by a chemically synthesized genome. Science. publicado on-line em 20 mai. 2010.

Disponível em: http://www.sciencemag.org/cgi/content/full/329/5987/52/F5

59% dos brasileiros acreditam em Deus e também em Darwin.

Ao investigar as convicções sobre o desenvolvimento da espécie humana, pesquisa Datafolha mostrou que a maioria crê em Deus e em Darwin. Para 59%, o homem resulta de milhões de anos de evolução, mas guiada por um ente supremo, informa reportagem de Hélio Schwartsman publicada nesta sexta-feira pela Folha (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).

Um em cada quatro brasileiros, porém, acredita que o ser humano foi criado por Deus há menos de 10 mil anos. Para 8%, a evolução se dá sem interferência divina.

Os índices variam segundo a classe social e a educação. Quanto maiores a renda e a instrução, maior é a parcela de darwinistas e menor a de criacionistas, que dão mais peso à ação divina.

Os resultados se assemelham aos da Europa e contrastam com os dos EUA. Segundo pesquisa Gallup de 2008, lá os criacionistas somam 44%. Os evolucionistas com Deus, 36%, e os darwinistas "puros", 14%.

O Datafolha ouviu 4.158 pessoas com mais de 16 anos. A margem de erro é de dois pontos.

Adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u715507.shtml

BALEIAS: PRESSÃO FINAL PARA O FIM DA CAÇA

Em alguns dias, a Comissão Baleeira Internacional se reunirá em Agadir, Marrocos, para votar em uma proposta que legalizaria a caça comercial de baleias pela primeira vez desde 1986.

A opinião pública global é contra esta proposta, mas países a favor da caça de baleias estão defendendo-a fortemente. Vamos garantir que nossas vozes sejam ouvidas.

A Avaaz tem uma equipe em Agadir, colocando outdoors, publicando anúncios de primeira página em jornais e construindo um contador gigante com o número de assinaturas na petição, atualizado constantemente para mostrar que as pessoas ao redor do mundo se opõe à caça de baleias.

Para assinar a petição contra a caça de baleias, clique no link abaixo:

https://secure.avaaz.org/po/whales_last_push/97.php?cl_tta_sign=4f8...

Mais detalhes sobre:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u724853.shtml

Vamos participar e divulgar!